SAÚDE

O Transtorno do Espectro Autista no Brasil

O Brasil possue cerca de 2 milhões de autistas. 

São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo.

Trabalho acadêmico idealizado por  Fernanda Gomes, Gabriela Gomes, Giuliana Piccirillo, Juliana Vilela, e Luciana M.T. Santos em Novembro de 2020, do Centro universitário Uni São Roque (UNINOVE)

Apesar de numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

É neste mês que ações informativas, de orientação e esclarecimentos são realizadas através da campanha “Abril Azul”.

Para entender um pouco mais sobre esse transtorno, sintomas, tratamento e os desafios que os autistas e familiares enfrentam, o Informa São Roque traz uma matéria que será do interesse de todos!

O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade — criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino Unido.

O dia 2 de abril foi instituído pela ONU (em 2008) como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data é um marco, no Brasil e no mundo, de que algo se modificava em relação ao lugar que o autismo passaria a ocupar. Uma década antes pouco se falava de autismo e poucos eram os autistas, tanto que foi somente em 1993 que o autismo passou a existir na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (CID-OMS).

TEA

O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Causas do autismo

As causas do autismo são majoritariamente genéticas. 


Quais são os sinais de autismo?

  • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
  • Alinhar objetos;
  • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
  • Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;
  • Girar objetos sem uma função aparente;
  • Interesse restrito ou hiperfoco;
  • Não imitar;
  • Não brincar de faz-de-conta;
  • Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

Tratamento

Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidade de melhorar a qualidade de vida da pessoa.

O tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do comportamento).

O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.

 

Para maiores informações, acesse o Manual de orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria:


LEI NO BRASIL

Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea)

Art. 1 Esta Lei, denominada “Lei Romeo Mion”, altera a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 (Lei Berenice Piana), e a Lei nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996 (Lei da Gratuidade dos Atos de Cidadania), para criar a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), de expedição gratuita.

Por que devemos nos mobilizar para o Abril Azul?

Devido a três grandes preocupações:
  • A primeira é relativa ao aumento do número de diagnósticos de autismo em todo o mundo, com importantes mudanças nos critérios de diagnóstico e com a incorporação de vários transtornos ao TEA (Transtorno do Espectro Autista), conduziu para 1% a estimativa populacional mundial dentro desta classificação.
  • A segunda preocupação descende da primeira: com o aumento do diagnóstico houve, claro, o aumento da oferta de tratamentos. Em todos os campos — na saúde, políticas públicas etc. — começaram a proliferar serviços e produtos para este novo mercado.
  • A terceira preocupação advém do resultado da segunda: a comercialização do autismo nos setores públicos e privados que leva a uma vulnerabilidade, cada vez maior, dos sujeitos autistas e de seus pais.

Em resumo, esse enorme desamparo diante do crescente número de autistas, associado a uma busca desesperada por tratamentos tem conduzido país e escolas a um deslocamento desorganizado de uma intervenção a outra, de um tratamento a outro, de uma medicação a outra, de um profissional a outro, além de uma mistura de técnicas científicas com crenças religiosas mescladas com modismos que se proliferam a partir das redes sociais.

Um outro ponto que sustenta a importância do mês de conscientização do autismo é de questionar os rótulos dados às pessoas com TEA.

Os rótulos podem atrapalhar o tratamento, dificultar os vínculos afetivos e sociais, impor barreiras às capacidades educacionais, suspender indevidamente deveres e direitos políticos e inviabilizar oportunidades profissionais, ou seja, podem agravar ainda mais o que já é sintoma do próprio autismo.

Assim, embora seja necessário, o diagnóstico contribui, ao mesmo tempo, com o processo de rotulação. Por isso é fundamental que se reconheçam seus limites, pois algumas pessoas podem acabar se tornando o rótulo que lhes é dado de tal modo que sua vida pode começar a girar, não mais em torno dos seus interesses e capacidades, mas em torno dos limites dados pela nomeação do seu diagnóstico.

Concientização é uma palavra forte neste mês de abril em que todos os olhos estão voltados para aos autistas e seus familiares.

Fonte: UFP – Universidade Federal da Paraíba; Jornal Opção; Revista Autismo; Sociedade Brasileira de Pediatria.

Abril Azul: saiba quais benefícios a pessoa com Transtorno do Espectro Autista pode receber do INSS
SP lança plano que amplia serviços de atendimento ao autismo no estado

VENHa PARA O nosso
E-marketplace

Não é permitida esta ação Ícone "Verificada pela comunidade"