Festas de Agosto - Uma Tradição Histórica

As Festas de Agosto sempre foram tempo de relembrar nosso santo padroeiro e se encantar com as tradições que já fazem parte da programação festiva e religiosa deste evento que se transformou em tradição em nossa cidade, unindo são roquenses e turistas que visitam nossa cidade para prestigiar a festa e se divertir.

A Festa de São Roque

O que sabemos sobre o  surgimento das Festas de São Roque, são apenas alguns restos de documentos do testamento de Pedro Vaz de Barros, o fundador, no qual ele pede que fossem celebradas missas em homenagem ao padroeiro todo o mês de agosto. Estava lançada aí a semente da fé e das tradições que suportam até hoje em nossa cidade.

Nessa época, como a população era ainda pequena, a localidade não contava com a assistência de um padre, assim, os sacerdotes vinham de outras cidades para as celebrações religiosas.

Em 15 de agosto de 1768, a povoação foi elevada à Freguesia e passou a contar com a assistência efetiva do padre Francisco Bicudo de Siqueira, primeiro vigário a ter residência fixa no local.

Daí em diante, os festejos dedicados a São Roque começaram a acontecer sistematicamente nos dias 15 e 16 de agosto, comemorando respectivamente a elevação do burgo à Freguesia e a festa do padroeiro.

Em 16 de junho de 1832, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila. Nesse ano, os festejos do padroeiro revestiram-se de grandiosidade e passaram a ocorrer durante toda a semana e não apenas nos dias 15 e 16 de agosto.

Uma grande aspiração dos são-roquenses de então, tornou-se realidade:

Em 1864 a Vila é elevada à categoria de Cidade. Nesse ano, além das festas do padroeiro, foi organizada uma programação especial, para marcar a conquista.
 
Com a necessidade da reforma da velha matriz, no início da década de 1880, o padre João Carlos Cunha, que era pároco desde 1880 resolve criar um projeto para arrecadar fundos e convoca os agricultores da época a doarem lotes de lenha para serem leiloados e doados à Paróquia. O sucesso foi tão grande, que além da reforma da igreja, conseguiu-se a aquisição da nova imagem de São Roque, trazida da França, que até hoje ocupa o nicho principal da Matriz.
Assim, a partir de 1881, o padre Cunha, com o apoio do cidadão Quirino de Aguiar, instituiu essa manifestação que dura até hoje, com grande participação da população.

Com o passar do tempo, as festas tomaram um rumo um pouco diferente.

A modernização mudou os costumes, mas as tradições continuam as mesmas, com as Novenas, a Entrada dos Carros de lenha, o leilão, as procissões, a missa campal, o bando precatório, a queima de fogos e as tradicionais barraquinhas que se instalam ao longo das avenidas centrais da cidade, além de muitos eventos artísticos e culturais que já fazem parte do evento

GALERIAS DE FOTOS

Desde essa época, as festas tomaram um cunho eminentemente popular e a cada ano o número de visitantes se superava, tornando o 16 de agosto dia de verdadeira peregrinação dos devotos do santo à cidade de São Roque, tradição que se mantém até nossos dias.

FESTAS DE AGOSTO NA LITERATURA:

TEXTO EXTRAÍDO DO ROMANCE DO BARÃO DE PIRATININGA 

GRANDE ILUSTRE DA ÉPOCA

A os 15 de agosto de 1768 todos os moradores do distrito se dirigiram para a sede da nova Freguesia, a fim de assistirem, no dia seguinte, à festa do Padroeiro, que naquele ano seria comemorado com maior pomposidade.

Ao anoitecer, acenderam-se quatro grandes fogueiras no Largo da Matriz, onde, em cada um dos ângulos havia um feixe de taquaras secas que, ardendo, desprendiam chamas vivas e claras, como quatro faróis noturnos.

Além disso, bordaram-se os dois lados da rua Direita (a única existente) com alas de archotes de taquaras, simetricamente colocadas, cujas extremidades tinham cacos de barro, em forma de meia laranja, com mechas de pavio de algodão, embebidas em azeite de mamona, que espalhavam lampejos de claridade. O sininho da torre da Matriz, bem diferente do atual, deu o sinal para a entrada das matinas.

O povo que ondulava pelas imediações da praça, dirigiu-se para a Igreja”.

(Barão de Piratininga – Antônio Joaquim da Rosa – no romance –  “A Assassina”)

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